quarta-feira, 5 de maio de 2010

Denúncia de excessos da Brigada Militar será apurada



A Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh), presidida pelo Vereador DJ Cassiá, ouviu nesta terça-feira (4/5) relato de Lucas Machado Cunha, 20 anos, sobre abordagem policial no centro da Capital. Segundo Lucas, no dia 14 de abril, alguns policiais o abordaram na frente do Atacado Rio Branco, onde trabalha há seis meses. Disse que um dos soldados agiu de forma truculenta e ainda lhe ameaçou com novas abordagens.

Além disso, o rapaz foi conduzido ao posto da 1º Batalhão, mesmo após ter se identificado e mostrado a carteira de trabalho. Lucas ressalltou que o próprio patrão se dirigiu aos policiais afirmando que o jovem era seu funcionário. Além disso, mostrou um desenho com o retrato falado do soldado, feito por ele mesmo.

O representante da Corregedoria-Geral da Brigada Militar, major Paulo da Rosa Abrahão, disse que o fato chegou ao conhecimento da Corregedoria no dia 15, através da Ouvidoria da Brigada Militar. Afirmou que estão sendo identificados os responsáveis pela área para a apuração da denúncia feita por Lucas. Destacou que a área central da cidade é muito conturbada e que a corporação tem buscado coibir delitos e a prestar o melhor serviço possível a população. Observou que pode ter havido excesso na abordagem, que não correspondem às técnicas habituais. Acrescentou que a Brigada Militar embora possua muitas demandas está trabalhando para a elucidação dos fatos, sem, no entanto, estabelecer um prazo para a divulgação. Disse, ainda, que falta a versão do soldado. Garantiu que caso sejam comprovados os excessos, o militar apontado será advertido.

O vereador João Bosco (PDT) elogiou o trabalho da Brigada Militar, mas criticou a atitude do brigadiano que mesmo sabendo que o jovem era funcionário da loja, inclusive com o testemunho do dono, o conduziu até o posto policial. O vereador Adeli Sell (PT) também elogiou a Brigada Militar, mas disse que tal do soldado atitude não casa com a sua tradição. Destacou que não é tão difícil localizar os policiais que estavam trabalhando no local naquele dia e sugeriu que a Brigada Militar apresente as conclusões em 15 dias.

O vereador Toni Proença (PPS) cumprimentou Lucas pela sua coragem em denunciar o caso e espera que, se confirmada a denúncia, haja uma reprimenda ao soldado e pedidos formais de desculpas a Lucas pelo constrangimento. Disse que seja qual for o resultado da apuração, já ouve um equívoco quando o abordaram na frente do seu local de trabalho. O presidente da Cedecondh, DJ Cassiá (PTB), disse que ele próprio já foi vítima de uma abordagem autoritária, mas que a instituição Brigada Militar precisa ser preservada. Lembrou que a comissão é o espaço adequado para que cada cidadão busque os seus direitos e garantiu que a Cedecondh acompanhará o fato até o fim.

A Cedecondh, presidida pelo vereador DJ Cassiá (PTB), tem ainda como membros o vice-presidente Adeli Sell (PT) e os vereadores João Bosco Vaz (PDT), Maurício Dziedricki (PTB), Sebastião Melo (PMDB) e Toni Proença (PPS).

Vítor Bley de Moraes (reg. prof. 5495)

Um comentário:

  1. Isso sem contar com outros casos em que à brigada militar ou à polícia em geral se excedem!
    Uma vez estava saindo de um festa com alguns amigos e fomos parados em uma barreira e por mera coincidência também ouvi o mesmo tipo de ameaças durante a abordagem!
    Quando disse à eles que era a primeira vez em que me deparava com uma situação assim, ouvi à seguinte frase:
    É, e vai ter a segunda e a terceira....
    E nos abordaram de uma maneira totalmente incoerente!
    Apontando armas, revistaram minha bolsa e das meninas que estavam comigo que obviamente ficaram perplexas com o abuso de autoridade!
    Nos trataram feito criminosos(as)!
    Sou à favor da lei!
    Mais principalmente a favor do respeito!

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